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A cuíca, um tambor de fricção bastante usado na percussão do samba, se desenvolveu no Brasil a partir de tambores centro-africanos de Angola e do Congo. Há referências sobre instrumentos bastante parecidos, oriundos de regiões onde viviam os kimbundos, ambundos e kiocos. Entre nós, o tambor dos bantos foi chamado, além de cuíca, de fungador,
tambor-onça, angona-puíta etc. Nos primórdios do samba, as cuícas, muitas vezes construídas artesanalmente a partir de barricas e pequenos tonéis de madeira, exerciam funções ligadas à marcação do ritmo, explorando sonoridades mais graves. Aos poucos, porém, o instrumento foi se transformando, ganhando características sonoras mais agudas, batucando e repicando sonoridades peculiares em rodas, terreiros, escolas de samba e shows.

É esse instrumento marcante na história da percussão brasileira que conduz as histórias contadas neste livro por J. Muniz Jr. e Paulinho Bicolor. Os autores, com conhecimento de causa curtido no couro das rodas de samba, abordam nas páginas que seguem a trajetória de grandes nomes da história do instrumento. A partir da figura seminal de João Mina, batuqueiro do bairro carioca do Estácio de Sá, que introduziu o instrumento nas escolas de samba, temos um passeio que mistura dados biográficos, modos de tocar, inovações, contribuições e heranças deixadas por nomes como Manoel Quirino, Bide, Generoso, Ministrinho e tantos outros.

Ao relembrar as trajetórias dos grandes construtores dos modos brasileiros de tocar cuíca, os autores prestam ainda um serviço inestimável à historiografia do samba, chamando para a grande roda do tempo — pelo nome — aqueles que, a partir das gramáticas do tambor, ousaram preencher o vazio com sonoridades inusitadas.

Luiz Antonio Simas

MÚSICA POPULAR, SAMBA

Mais detalhes

Dados técnicos

Brochura
Revisão: Marilia Pereira
Coordenação editorial: Vitor Castro
Colagem (capa): Glênio Nascimento
Páginas: 136
Dimensões: 140 x 210 x 10mm
ISBN: 978-65-6128-019-8

Sobre os autores

Author

J. Muniz Jr.

(Penedo-AL, 1933) é jornalista, escritor e estudioso da cultura afro-brasileira. Radicado em Santos-SP, atuou como batuqueiro, cuiqueiro, passista, mestre-sala, compositor, autor de enredos e mestre de samba. É sócio benemérito da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro (1963), e foi agraciado com a Ordem da Águia da Portela (1966), com a Ordem do Samba da Mangueira (1967) e com a Grã-cruz do Samba Imperial (1969). Recebeu também a medalha de Honra ao Mérito da Câmara Municipal de Santos (2008) e foi homenageado como “personalidade do samba de São Paulo” pela Assembleia Legislativa (2013). Escreveu dez livros sobre o samba, entre eles, Do batuque à Escola de Samba (1976) e Sambistas imortais (1977). É também autor dos livros O negro na história de Santos (2010) e Memórias do carnaval santista (2014).

Author

Paulinho Bicolor

(Brasília-DF, 1983) iniciou sua carreira de músico profissional aos dezessete anos, tocando cavaquinho em Brasília. Em 2001 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a tocar cuíca, integrando baterias de escolas de samba, blocos de carnaval, grupos de samba e chorinho. Atualmente dedica-se exclusivamente à cuíca, realizando atividades de pesquisa, composição, teorização e ensino. É criador do blog Cuiqueiros (cuiqueiros.blogspot.com), do projeto Cuíca Expandida (cuicaexpandida.com) e do curso Cuíca Online (cuicaonline.com). Tem mestrado em música pela UFRJ, tendo a cuíca como objeto de estudo. Tem gravações com Beth Carvalho, João Martins, Ivan Milanez, Marcelo D2, entre outros. Seu apelido “Bicolor” foi dado por ninguém menos que Arlindo Cruz.