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As letras de contestação às desigualdades sociais e de resistência ao autoritarismo, e outros tipos de desmandos, já vinham desde antes do samba. Porque a história da música popular brasileira se confunde, em muitos aspectos, com a luta do “povo sofredor” por sua
autodeterminação. E é também, muitas vezes, a crônica das desigualdades, cada vez mais gritantes, que flagelam as camadas subalternas da população brasileira, no seio da qual o samba nasce/renasce a cada década, desde o “Pelo Telefone”, em 1917.

Nesse panorama, a dialética ação/reação gera movimentos e espaços de resistência, nos quais a cultura popular, tendo o samba como um dos principais baluartes, vocaliza o fenômeno. Assim ocorreu, na Bahia oitocentista, quando o povo preto se apropriou da Festa do Bonfim, criada pela Igreja, e a formatou ao seu jeito, com seus sambas e suas comidas; da mesma forma que ocorreu com a Festa da Penha, em terra carioca. A enumeração é longa. E chega até a década de 70, com a reação dos “pagodes de fundo de quintal”, a fundação do Clube do Samba, liderada pelo compositor e cantor João Nogueira, e a criação do GRANES Quilombo, comandada pelo já legendário sambista Candeia.

Pois é disto, entre outros assuntos e por outros caminhos, que cuida este livro: do inestimável patrimônio cultural que se encerra na tão simples quanto diversificada rubrica “Samba”: dos espaços sempre resistentes que este samba semeou da Bahia para o Rio de Janeiro, e daqui para todo o Brasil e, mesmo, algumas partes do mundo. Além disso, os textos abordam o trabalho de alguns criadores exemplares, tanto pelo talento, quanto pela coragem de seu posicionamento ideológico e sua ação política. Tal qual ensinaram Paulo da Portela e outros “pais” do Samba; em lições que os autores desta obra aprenderam e nos transmitem muitíssimo bem.

Nei Lopes

POLÍTICA, SAMBA

Mais detalhes

Dados técnicos

Brochura
Revisão: Marilia Pereira
Projeto gráfico: Patrícia Oliveira
Páginas: 228
Dimensões: 160 x 230 x 12mm
ISBN impresso: 978-65-81315-34-4

Sobre os autores

Author

Luiz Ricardo Leitão

é escritor, professor associado da UERJ e Doutor em Estudos Literários pela Universidad de La Habana. Autor da “Gramática Crítica: o culto e o coloquial no português brasileiro” (2016, 5ª ed.), escreveu ainda “Noel Rosa: Poeta da Vila, Cronista do Brasil” (2009), “Aluísio Machado: sambista de fato, rebelde por direito” (2015), “Zé Katimba: antes de tudo um forte” (2016) e “Rosa Magalhães: a moça prosa da avenida” (2019).

Author

Marcelo Braz

Professor Associado da ESS/UFRJ, pesquisador do NEPEM (Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas) e professor colaborador da ENFF (Escola Nacional Florestan Fernandes). Publicou, dentre outros, Partido e revolução. 1848-1989. São Paulo: Expressão Popular, 2011; em coautoria com J. P. Netto Economia política: uma introdução crítica. São Paulo: Cortez, 2013, 9ª edição.