Em 2018, a Redes da Maré e a Fundação Roberto Marinho se uniram para oferecer aulas regulares da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) para os moradores do conjunto de favelas da Maré que não concluíram o Ensino Fundamental e o Ensino Médio em idade regular. Aqui estão reunidos relatos que buscam sintetizar histórias de vida de estudantes que cursaram o EJA Maré em 2018 e 2019. Nas palavras do autor, o escritor Luiz Eduardo Soares, o projeto significa um verdadeiro renascimento para as pessoas atendidas pelo que ele chama de “o revolucionário EJA Maré”.
Com apoio do Instituto Humanize, logo no primeiro ano do projeto foram abertas 14 turmas de EJA: três de Ensino Fundamental e 11 de Ensino Médio, com aulas acontecendo em sete espaços diferentes das 16 favelas da Maré, na região Norte do Rio de Janeiro. No final de 2019, dos 529 estudantes inscritos nas primeiras turmas, 432 se formaram — 75 concluíram o Ensino Fundamental e 357 terminaram o Ensino Médio. Deste grupo, a maioria (69%) era formada por mulheres, que também eram mães (72%), com idades entre 31 e 40 anos (44%).
Esses relatos evidenciam a importância deste projeto destinado a uma camada de jovens e adultos que, historicamente, sofre com exclusão e negação de direitos. Infelizmente, ainda hoje, muitas vezes faltam oportunidades de acesso e incentivo à permanência dos estudantes na modalidade Educação de Jovens e Adultos. É preciso superar os baixos resultados de aprendizagem, a defasagem idade-ano e a repetência, que acabam afastando os alunos das salas de aula.
EDUCAÇÃO, EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, EDUCAÇÃO PÚBLICA