
A cidade fala
Coleção Linguagens e Sociedade
Bruno Coutinho de Souza Oliveira, Branca Falabella e Adriana Carvalho Lopes (Orgs.)
Revisão: Marilia Pereira
Capa: Arte a partir de fotografia de Getúlio Ribeiro (grafite “João Cândido”, de Gil Faria), publicada no e-book “Projeto Praça dos Direitos Humanos”.
516 páginas
Dimensões: 14x21cm
ISBN: 978-65-6128-123-2
Product Details
“O livro A cidade fala é a apoteose multidimensional de linguagens, paisagens, arquiteturas, instituições, histórias, semióticas online e offline de periferias e centros em ebulição, mergulhados em tensões, políticas de extermínio, militarização, monumentos de apagamentos, resistências, funks, memórias da escravidão, saraus e educação dos que caminham por suas ruas e vielas. A obra é celebrada, portanto, como um ousado e bem-sucedido projeto coletivo, multi e transdisciplinar, que revela a riqueza de abordagens, minúcias dos trabalhos de campo e ressonâncias teóricas que ecoam em polêmicas, alianças, embates e acordos. Ninguém sai ileso de sua leitura. Aqueles que se lançam na tentativa de decifrá-lo reconhecerão no risco a sua maior contribuição. Somente enfrentando nossos maiores medos e monstros, abrindo as janelas sensoriais das nossas experiências, podemos deslocar a sombra que nos aprisiona e nos impede de colher a beleza, a potência e a força do acúmulo de séculos de história traduzidos em gotas de suor, lágrimas e sangue. A voz de uma cidade só pode ser ouvida por aqueles que se despiram de todos os preconceitos e pré-julgamentos para lavarem sua alma na mais límpida sinfonia, onde os silenciados fazem do seu silêncio a mais bela melodia — a melodia de uma sociedade livre, solidária e compassiva. Seres humanos, independentemente de gênero, etnia, orientação sexual, classe, idade, local de moradia, ideologia ou sonhos que os alimentam, são convocados, assim, a desfilar na grande avenida iniciada pelas páginas aqui apresentadas. As contradições passarão em alas; a guerra do extermínio desfilará em carros alegóricos, onde o medo se fantasiará de ódio salvador; e os corpos e peles mais frágeis, invertendo o veredito fatal ao qual foram sentenciados, sambarão de pés descalços, sem patrocínio de bicheiros, milicianos ou políticos canalhas, para receber, enfim, o ouro daqueles que são os verdadeiros senhores de suas vidas, na mais pura alegria daqueles que jamais desistem.”
José Cláudio Souza Alves