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De onde vieram as técnicas e métodos sistematizadas por Augusto Boal na poética do Teatro do Oprimido? Qual a relação entre o período de Boal como diretor e um dos dramaturgos do famoso grupo Teatro de Arena e a fase posterior do elaborador do Teatro do Oprimido? Estas indagações circularam por gerações de curingas do Teatro do Oprimido e pesquisadores, e passaram a ser investigadas com maior vigor a partir do novo fôlego do teatro político brasileiro desde meados da década de 1990, período em que Geo Britto conhece Augusto Boal e passa a integrar o Centro do Teatro do Oprimido (CTO-Rio).

Este livro, escrito por um dos mais antigos e experientes curingas brasileiros, nos fornece informações novas sobre métodos que praticamos há décadas. Nos termos do autor, a pesquisa nos apresenta um potente trabalho de “arqueologia para tentar entender como a estética marxista, os debates, a teoria, a prática e os momentos históricos vividos por Boal influenciaram a formação, a construção e a sistematização do Teatro do Oprimido”. Se trata de um trabalho investigativo de fôlego: o autor analisa de forma dialética as providências formativas de Boal em conexão com o mundo convulso em que viveu, do pós II Guerra Mundial, da Guerra Fria, do rescaldo stalinista de parte da esquerda brasileira, da ascensão do movimento negro e da luta por direitos civis, dos ciclos de ditadura que levou Boal ao exílio, das reconexões dos elos entre classes com a redemocratização.

Geo Britto foi buscar na história e na teoria elementos centrais para a pesquisa sobre a prática do teatro como arma de luta, formação e diversão, hoje tão necessária em momento em que a mercantilização ameaça empacotar também o Teatro do Oprimido na vitrine dos recursos de autoajuda, das técnicas para melhorar as relações entre patrões e empregados, ou como método lúdico para interação entre palco e plateia. Com rigor marxista, Geo comprova nesta obra que o Teatro do Oprimido descende de outra tradição, aqui de forma pioneira delineada: a da luta anticapitalista e da tradição dialética da práxis.

A contribuição para a história do teatro brasileiro e latino-americano é imensurável: muitos elos são explicitados, com quem e como Boal aprendeu e em que contexto. Certamente, as consequências destas informações serão exploradas pelos inúmeros coletivos e redes de artistas militantes que desejam se organizar para a luta social, por meio do teatro, e para os grupos de pesquisa que desejam entender o lugar de Augusto Boal no teatro brasileiro, latino-americano e mundial.

Rafael Villas Bôas

TEATRO

Mais detalhes

Dados técnicos

Brochura
Revisão: Lia Urbini
Projeto gráfico: Patrícia Oliveira
Páginas: 328
Dimensões: 155 x 225 x 20mm
ISBN: 978-65-6128-013-6

Sobre o autor

Author

Geo Britto

é um dos fundadores e membro da Coordenação da Escola de Teatro Popular (ETP). Trabalhou no Centro de Teatro do Oprimido (CTO) por 32 anos, 20 deles com Augusto Boal. Realizou palestras, oficinas e apresentações em dezenas de países. É mestre em Artes pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e doutorando em Teatro pela Universidade de São Paulo (USP). Pai dos gêmeos Lorenzo e Jonas, Augusto Boal e a formação do Teatro  do Oprimido é seu primeiro livro, originado de sua dissertação de mestrado.