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PTSC #23

Essa foto jamais poderá ser usada para ofender a imagem do fotografado, atentar contra sua honra e dignidade. Seu uso destina-se a fins jornalísticos, informativos, educativos, artísticos e em campanhas humanitárias. Proibida a utilização sem autorização do autor. Para usa-la, entre em contato com lbaltar@gmail.com. Essa foto está resguardada por direitos autorais. Rio de Janeiro xx/xx/2014.
Luiz Baltar, autorretrato. Foto: cortesia.


Fotógrafo documentarista formado pela Escola de Fotógrafos Populares do Observatório de Favelas e pela Escola de Belas Artes da UFRJ,
Luiz Baltar desde 2009 registra o cotidiano, o processo de remoções forçadas e as ocupações militares em diversas favelas cariocas. Vencedor em 2016 do prêmio de fotografia da Fundação Conrado Wessel com o projeto “Fluxos”, Baltar desenvolve documentações sobre o direito à cidade, realiza trabalhos autorais no campo da fotografia contemporânea e participa do coletivo “Favela em Foco e dos projetos “Tem Morador e “Folia de Imagens. O fotógrafo é também autor das imagens que integram o livro “SMH 2016: Remoções no Rio de Janeiro Olímpico, editado pela Mórula. Com 49 festas de São Jorge comemoradas, além da premiação com o “Fluxos” recebeu o Prêmio Brasil de Fotografia e Melhor Portfólio do FotoRio 2015.

 

Com vocês nosso 23º ser complexo.

 

1_Como retratar remoções e ocupações militares em favelas respeitando os que mais sofrem com essas ações – os moradores?

É preciso não só ter empatia com os moradores e o território, mas também reconhecimento por quem está lutando para resistir e reinventar maneiras de viver apesar de tantas violações. Comecei fotografando como testemunha de momentos que não teriam visibilidade ou seriam esquecidos se não tivessem câmeras registrando e acabei como apoiador e amigo de pessoas que admiro muito.

UM LIVRO

“O que a arte pode fazer, eventualmente, é reenviar as pessoas para algo melhor, para uma visão mais sagaz e mais larga do mundo. O que a arte pode fazer é, de certa forma, mudar as hierarquias sensíveis do pensamento, dando as mesmas experiências a pessoas diferentes, que vivem em universos sensíveis muito diferentes.”

O Espectador Emancipado
Jacques Rancière
Orfeu Negro, 2010

2_Você fotografa do ônibus o seu trajeto, que no dia a dia se repete. As imagens desse trajeto também se repetem?

As imagens nunca se repetem. A cidade que observo do ônibus se transforma no mesmo ritmo das cenas que passam pela janela. Mesmo assim são poucos os passageiros que percebem a diversidade e riqueza visual da cidade durante a viagem.

A paisagem da Zona Norte é pouco notada, e por isso não representada, apesar de ser vista diariamente por um número enorme de pessoas que circulam por suas vias. Democratizar a cidade passa, também, por disputar sua representação, ressignificar a experiência de quem circula por ela, atribuir importância às narrativas periféricas e salvar do esquecimento uma memória ainda não registrada.

3_O que importa mais, a qualidade da câmera ou o olhar do fotógrafo?

Sempre o olhar. A melhor câmera é aquela que temos na mão e na ausência de uma é através do olhar que vamos construindo nosso repertório de narrativas e imagens.

4_Algumas imagens que produz dão a impressão de que são “fotografias em movimento”. Como é esse processo ou técnica?

Tenho uma formação em gravura anterior à fotografia, pela Escola de Belas Artes (UFRJ), e trago essa bagagem para o meu trabalho autoral. Com a câmera ou com o celular vou captando imagens, às vezes até de forma aleatória, sem me preocupar com enquadramento ou composição.

É no computador, no processo de edição que as imagens vão ganhar forma e sentido. As experimentações visuais vão sendo incorporadas. Junto duas, três ou mais fotos em múltiplos ângulos. Reinvento, reforço, excluo, repito e me aproprio de imprevistos que surgirem durante o processo. Quebra, fragmentação e reconstrução. As imagens capturadas são divididas, achatadas, alongadas e repetidas no formato de longos e sucessivos instantâneos. É um processo que costuma ser chamado de fotografia expandida. Procuro uma linguagem próxima da gravura com estética de processos artesanais como o pinhole.

5_No tempo livre o que um fotógrafo faz, além de fotografar?

Vê o trabalho de outros fotógrafos, lê sobre fotografia, fala de fotografia, pensa e sonha com fotografias o tempo todo.

 

 

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