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PTSC #25

sambafabatoFanático pela Mocidade e pelo Flamengo, o jornalista e escritor Fábio Fabato é nosso ser complexo número 25. O co-autor de “Pra tudo começar na quinta-feira” explica a origem de seu apelido e de sua paixão pelo carnaval, arrisca um enredo caso fosse carnavalesco e ainda conta o motivo pelo qual não desfila pela Mocidade.

_Qual a história do apelido Fabato?
Fabato é o meu sobrenome advindo da região da Gália Cisalpina, lugar do totêmico Lucio Roscio Fabato, e anexado à Itália há um bom número de anos. Sabe-se, ainda, que um certo sujeito chamado Clodio Fabato assistiu à crucificação de Cristo e relatou o fato numa carta. Tudo isto, pasmem!, é verdade!, exceto o fato de que Fabato compõe meu sobrenome. Ele é mesmo um apelido – de infância – para me diferenciar dos colegas de classe (quando eu nasci, em razão do sucesso do então galã – e magrinho – Fábio Jr., havia mais Fábios que baratas…), formado pelas iniciais dos meus sobrenomes: Bastos e Torres.

_De onde vem essa paixão por carnaval?
De pai e mãe, que desfilavam pela Mocidade quando eu era guri. Achava uma doideira maravilhosa a minha casa ser invadida por índios e outra fantasias, e aquela gente toda partir para “combater” num lugar com pinta de autódromo, finalizado por um monumento em forma de bunda (Apoteose) e transmitido pela TV. Voltavam de lá contando vantagens, ganhavam todo ano. Foi paixão arrebatadora, invasora, definitiva. Deu nesse monstro louco por ziriguidum aqui.

Crônica de uma morte anunciada

UM LIVRO

“No dia em que iam matá-lo, Santiago Nasar se levantou às cinco e meia da manhã para esperar o barco em que chegaria o bispo”

Crônica de uma morte anunciada
Gabriel García Márquez
Record, 1981

_Se o Fabato fosse carnavalesco que enredo ele faria?
Engraçado, ontem tomava um chope com uns amigos e falávamos disso. Eu contei que adoraria uma coisa maluca de fundir a Fafá de Belém com uma proposta de redescobrimento do Brasil na contramão da história, acabando com as injustiças, pregando a igualdade de credos, cores, tudo. Por que a Fafá? Acho um símbolo de Brasil miscigenado, tal qual a Elza Soares, mas é que ela também tem aquele elo com Portugal, que completaria o meu enredo. Seria algo na linha “A rainha Fafá conduz a barca voadora do redescobrimento na contramão da história a partir da pátria outrora descoberta e hoje miscigenada, Brasil”. Terminaria em Portugal, claro. A nau voadora faria o sentido contrário de 1500 e flutuaria ao sabor músicas dela, como a “tempestade nuvem de lágrimas”, no “coração do agreste”, ficaria “p da vida” com a corrupção, diria que seu coração é vermelho, e acabaria na festa bonita, ó pá, aquela do Chico. Caraca! Que piração inclusiva maneira! Vou escrever este troço.

_Você é tão apaixonado por carnaval, por que a gente nunca te vê desfilar pela Mocidade?
Fui campeão em 1996 e desfilei até 2002. Depois, participei de alguns desfiles. Mas quando comecei a comentar por rádio e televisão, achei melhor ficar do lado de fora, contemplando a escola e as outras. Gosto dessa noção do todo de uma apresentação, assistir da raiz às pontas. Mas confesso: em 2017, quando a Mocidade voltou a ser competitiva, esperei a escola passar todinha por mim e… Ah…!, depois corri atrás. Foi bonito demais o seu reencontro com os bons carnavais, e caí dentro como o moleque de outras folias.

_Mocidade ou Flamengo? Qual dos dois define o mapa da vida do Fabato?
Mezzo calabresa, mezzo frango catupiry, 50 a 50, o côncavo e o convexo. O Flamengo me deixa mais triste em derrotas, e a Mocidade me fará o homem mais feliz do mundo caso vença. Diante do jejum de mais de 20 anos, acho que prefiro um título imediato dela. Mas o amor é dividido igualzinho, sem predileções. Pelo menos acho. Pelo menos até a hora do hepta (dele) ou hexa (dela). Aí faço o tira-teima existencial do coração vagabundo neste mundão de meu Deus.

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