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PTSC #18 :: Mitie Taketani

Idealizadora da primeira loja de quadrinhos na região Sul do país, a Itiban Comic Shop, Mitie Taketani é o ser complexo da vez no blog da mórula. A loja em Curitiba completa 25 anos em 2014 e é um espaço que busca trazer os quadrinistas para perto do público, com diversos eventos de lançamentos e de debates com autores. Como Mitie explica, a ideia da Itiban era unir trabalho com prazer, o que parece ter tido sucesso. Com vocês, Mitie, respondendo às nossas perguntas triviais.

1_A Itiban comemora 25 anos em 2014. Como surgiu a ideia da livraria? E por que em Curitiba, já que você é de São Paulo?
Eu conheci o Xico, meu marido e sócio, em São Paulo. Descobrimos que tínhamos dois amores em comum: a música e os quadrinhos. Ele, por ter morado na spanha,Argentina e Uruguai, já trazia muita informação desses grandes mercados. Eu lia o que chegava nas livrarias. Não tinha paciência para formatinhos…

Primeiro viemos para Curitiba e depois veio a ideia de abrir a Itiban. Resolvemos vir pra cá porque fazia muito tempo que o Xico estava longe da sua família e a cidade, bem menor que São Paulo, poderia ser uma boa opção para começarmos uma vida a dois. Chegamos aqui e ficamos um tempo nos virando, ele tocando em algumas bandas e eu me virando trabalhando em lojas, escritórios…

Pensamos em abrir a loja para ter uma vida mais segura e ao mesmo tempo trabalhar com algo que nos desse prazer.

2_O nome Itiban tem algum significado?
Todo mundo que já fez judô aprende a cair e a contar em japonês: iti, ni, san, shi… Bem, Itiban quer dizer “primeiro”. Sim, foi a primeira comic shop do Sul do país. Também aprendemos a levar alguns tombos…

3_Um momento inesquecível na Itiban…
Isso é super difícil. Nesses 25 anos conhecemos tanta gente legal! Acho sempre especial os eventos que fazemos na loja. Poder trazer os quadrinistas, ouvi-los e aproximá-los dos seus leitores, isso realmente é muito especial. Lembro a primeira vez que o Lourenço Mutarelli veio pra cá. Fui buscá-lo na rodoviária e ele não descia do ônibus… fiquei preocupada e quando fui subir no ônibus ele desceu. Muito silencioso ele me entregou um pequeno gibi. Era o Réquiem (Minitonto). Deixei ele no hotel e fui pra casa. Chegando em casa já comecei a ler meu pequeno presente. Sofri com a leitura, chorei (Meu pai sempre me ensinou a me colocar no lugar do outro). Quando fui buscá-lo no hotel para irmos para o evento na loja eu bati nele (tenho/tinha a mania de bater nos outros…era um tapinha com a mão esquerda). Falei que tinha lido e que ele fez meu dia começar com tristeza… Ele riu e ficamos amigos.

4_Qual é o melhor som pra ouvir lendo um bom quadrinho? Ou uma coisa não se deve misturar com a outra?
Gosto do silêncio para ler. Ler é tão solitário, então cada um que seja responsável pela sua própria solidão e escolha como preencher, ou não, esse momento.

5_Assim como Allan Sieber, também queremos saber: quando vocês vão abrir uma filial no Rio de Janeiro?
Hahaha. Amaria ter uma “Niban” perto da praia. Se o Allan Sieber quiser ser meu sócio… e ficar na Niban e eu na praia pegando onda…


 

UM LIVRO

Nos quadrinhos, algumas vezes, a imagem expressa muito mais que milhões de palavras. Nestas duas páginas posso ver um Diomedes gordo, imenso, cair. Mas antes da queda, a dança, muito bem coreografada (pág. 298-299).

Diomedes
Lourenço Mutarelli
Cia. das Letras, 2012.

 

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