Professora Titular da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF), Suely Gomes Costa (1938-2023) recebeu a emerência na UFF em 2022. Assistente social, economista, historiadora, professora e feminista, Suely deixou-nos uma vasta obra. Unindo pesquisa e militância, escreveu e debateu sobre movimentos sociais, políticas públicas, proteção social e cidadania, memórias feministas, sempre atenta às relações de gênero, suas práticas e representações. Figura acadêmica de relevo, criou a revista Gênero, fundou o Programa de Estudos Pós-Graduados em Política Social, foi membro do colegiado do Programa de Pós-Graduação em História da UFF, de Conselho Universitário e pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Aposentou-se das lidas da docência em 1998, após formar várias gerações na área do Serviço Social e orientar dissertações de mestrado e teses de doutorado. Tal como um Ipê Amarelo, que floresce no chão árido e seco do inverno, a obra e a trajetória política de Suely Gomes Costa resistiram aos anos de chumbo, distinguindo-se na paisagem acadêmica por seu compromisso com o direito das minorias e a igualdade social. Escrito a várias mãos para homenagear a mestra e amiga, À Sombra do Ipê AmarElo é um tributo a sua obra, seus ensinamentos, mas também à figura humana que encorajou e inspirou mulheres a refletirem sobre suas lutas, desafios e, sobretudo, a ultrapassar os limites que lhes foram impostos pelas leis e costumes da sociedade patriarcal, inibindo seus talentos, desqualificando suas ações, criando estereótipos de beleza, consentindo a violência doméstica e pública. Em cada capítulo deste livro, é possível vislumbrar a extensão do campo onde o trabalho pioneiro desta mulher incansável deitou sementes e fez brotar. Reúne estudos sobre o empoderamento feminino, o maternalismo, a filantropia dirigida às mulheres e por mulheres, a saúde reprodutiva e familiar, o protagonismo político de figuras femininas. Todos assinados por mulheres que foram colegas de trabalho, companheiras de militância ou ex-orientandas. É justo e necessário que o público leitor possa reunir-se com as autoras à sombra desta copa florida para dizer: Suely presente!
Georgina Santos
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