As tecnologias são produto históricos e resultantes de trabalho coletivo produtor de riqueza, dessa forma, indispensáveis à humanidade. Contudo, o seu desenvolvimento e expansão não pode ser interpretado como algo apenas técnico, a escolha dos seus usos e de quem e como as utilizam revela aspectos econômicos, políticos e de classe de grande importância. Nesta produção estamos privilegiando as contradições que vem afetando o trabalho na sua forma de organização, nos contratos profissionais, nas incidências sobre os direitos, nas possibilidades de realização, assim como nas dificuldades enfrentadas por trabalhadores e trabalhadoras, tanto do ponto de vista da qualidade dos serviços prestados quanto do retorno objetivo e subjetivo que se pode ter com as mudanças recentes.
Sabe-se que o avanço do uso das tecnologias de informação e comunicação acelerou-se com a pandemia da Covid-19, mas não foi necessariamente definido por ela. Desde o início do capitalismo, o uso das tecnologias tem sido uma das molas propulsoras da concorrência entre mercados, bem como um recurso essencial à dispensa da força de trabalho em distintos espaços e por consequência, redução salarial, aumento da exploração e deterioração das condições de vida e de trabalho da classe trabalhadora. Por outro lado, no estágio atual da sociedade capitalista, a sofisticação do aparato tecnológico articulado aos modos de gestão toyotista e a incessante busca pelo aumento da lucratividade por parte da classe dominante, sob a hegemonia do capital financeiro completamente desprovido de compromisso com a humanidade, torna esse cenário mais complexo e desafiador, ainda que nesse processo não linear exista possiblidades de apropriação das tecnologias para a busca de direitos e qualidade de vida.
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