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PTSC #12 :: Allan Sieber

Nascido em Porto Alegre, Allan Sieber passa boa parte do seu tempo – ou pelo menos passava, antes do nascimento de Max, seu primeiro filho – na Toscographics, um estúdio focado em animação adulta, no Rio de Janeiro. Além de diretor de animação, Sieber é autor de quadrinhos e cartunista. Suas tiras podem ser lidas diariamente na Folha de S. Paulo, e algumas seleções de seus materiais podem ser vistos em livros já publicados, como “Preto no Branco” (2004) e “É tudo mais ou menos verdade” (2010), entre outros. Seu próximo livro, “Perca amigos, pergunte-me como”, será lançado em outubro, pela Mórula Editorial. Atualmente está com a exposição Racionamento de Cores, até dia 24 de setembro, na La Cucaracha.

Um homem de métodos, como ele mesmo disse, Allan Sieber é nosso ser complexo #12:

_“Perca amigos, pergunte-me como” é o seu novo livro. Você não acha que é um título pouco comercial? Ou vender livros não é seu objetivo?
Que título seria um título comercial? “Veja aqui dentro fotos do meu rabo”? “Compre e fique rico”? “Poemas inócuos para ler depois do banho de cachoeira”? Claro que vender é meu objetivo, mas me resta ainda um pouco de dignidade e isso passa pelo título do livro.

UM LIVRO

“Com os olhos opacos, contemplou a parede de livros. Detestava a todos, tanto os velhos quanto os novos, tanto os intelectuais como os mais rasteiros, tanto os pretensiosos quanto os apenas engraçadinhos. A mera visão desses livros o fazia lembrar-se de sua própria esterilidade. Ali estava ele, supostamente um “escritor”, e nem era capaz de “escrever”! E não era simplesmente uma questão de não ser publicado; é que não produzia nada, ou quase nada. E toda aquela porcaria abarrotando as prateleiras – mas pelo menos era uma porcaria existente, o que não deixava de ser um tipo de realização.”

A Flor da Inglaterra
George Orwell
Cia. das Letras, 2007

_Ainda sobre seu novo livro, Xico Sá no prefácio diz que ele é “uma antologia de queixas-crime, ofensas, calúnias e difamações”. O que tem a dizer em sua defesa?
Xico é um gentleman e fez um texto que não mereço. Mas é fato, tem bastante reclamação e algumas ofensas. Mas essa juventude sensível de hoje em dia também se ofende com qualquer coisa, como bem sabe o sábio Xico.

_Você tem feito algumas tiras, quadrinhos e cartuns sobre a experiência de ser pai. Não acha que seu filho, quando ler essas coisas, pode ficar decepcionado com o pai?
Ora, ele vai ficar decepcionado comigo muito antes de aprender a ler. Provavelmente já não deve gostar muito do que vê aos 4 meses de idade.

_Na sua exposição “Racionamento de Cores”, você trabalha com azul, vermelho e amarelo. É estético ou economia de tinta mesmo?
É método. Só trabalho com método. Aliás, faço tudo com método: comer, foder, desenhar, escrever. Acho tedioso o caos.

_Como se faz pra perder amigos?
Eu não sei na verdade. Tenho pouquíssimos e nunca os perdi. Os que sumiram eu dei graças a Deus, porque eram pra sumir mesmo, eu não tenho muito saco para gente meia bomba. Mas parece que o pessoal hoje gosta muito de falar ao telefone e ser cumprimentado no aniversário. Todo mundo é Jesus Cristo é quer seu natal particular. Ah, sei lá. Meu melhor amigo continua sendo Leo, um cara que vejo atualmente duas vezes por ano. E ele não gosta de abraços.

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